Neste post, atualizamos a atual condição climática das regiões agrícolas brasileiras, a partir de mapas. Os mapas são produtos agrotometeorológicos, baseados em dados de satélites, que orientam à tomada de decisão, especialmente na produção agrícola.
Os produtos de satélites (mapas) utilizados neste post fazem parte do portfólio de produtos de monitoramento do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis), gerados semanalmente.
Esses produtos permitem se manter atualizado sobre as principais variáveis para monitoramento agrometeorológico, de qualquer área do território brasileiro. É o caso do mapa da distribuição espacial da chuva nas regiões brasileiras, umidade do solo, intensidade da seca, entre outros indicadores.
O mapa atualizado mostra a melhoria da umidade do solo na região Nordeste, além de áreas de Minas Gerais e Espírito Santo. Na região Sul, as chuvas melhoraram a umidade do solo no Paraná e em Santa Catarina.
As condições de seca abrangem grande parte das regiões de cultivo da Argentina e do Rio Grande do Sul, no Brasil. A seca prejudicou a produtividade em toda a região, pois as condições climáticas desfavoráveis atrasaram o plantio e afetaram o crescimento. Nas demais áreas, as chuvas foram em torno da média.
O mapa acima é mais um dos produtos de monitoramento por satélite do Laboratório Lapis, que permite identificar as regiões brasileiras que mais receberam chuva, no período de 12 a 18 de dezembro deste ano.
De acordo com o mapa, grande parte do Brasil recebeu chuva todos os dias, durante o período, com exceção apenas da área central e lese do Nordeste brasileiro, além do Estado do Rio Grande do Sul. Áreas agrícolas do Centro-Sul que enfrentaram seca nos últimos meses, também receberam chuvas regulares na última semana.
No mapa, as áreas na cor marrom indicam onde não ocorreu chuva, nos últimos sete dias consecutivos. Já as áreas em verde mostram onde houve chuva significativa ou os locais que tiveram apenas 1 a 2 dias sem chover, durante o período.
O mapa foi elaborado com dados oriundos do produto Climate Hazards Group InfraRed Precipitation with Station data (CHIRPS). O parâmetro utilizado baseia-se no número de dias secos, ou seja, quando o satélite não registrou chuvas, em 24 horas.
O Laboratório Lapis desenvolveu o método “Mapa da Mina”, que ensina a dominar o software gratuito QGIS, para gerar esse tipo de mapa e produtos de satélites, para monitoramento agrícola e ambiental.
O mapa de previsão do Laboratório Lapis, para os próximos 10 dias, nas regiões brasileiras, destaca chuvas acima da média, na região Centro-Norte do Brasil (toda a área em rosa, no mapa acima).
As temperaturas do Atlântico Sul têm influenciado as condições climáticas das regiões brasileiras, mesmo sob um cenário de La Niña. A imagem abaixo apresenta a variação espacial da anomalia das temperaturas da superfície do oceano Atlântico, com dados do dia 22 de dezembro.
O destaque na imagem é o predomínio e a intensificação da área com as temperaturas mais quentes que o normal, em grande parte da costa oeste da América do Sul, entre o litoral sul do Peru e do Chile, com valores de anomalia de 0,8˚C a 2,8˚C abaixo da média histórica. Essa condição é favorável às chuvas na região, principalmente no Centro-Norte brasileiro.
As áreas em tons azuis representam águas superficiais mais frias que a média histórica, dos últimos 30 anos, e as cores que variam do amarelo ao vermelho indicam águas mais quentes que o normal.
A imagem mostra águas mais quentes que o normal, no oceano Atlântico próximo à costa norte e leste do Nordeste, bem como do Sul do Brasil. Já na costa do Sudeste do País, as temperaturas do Atlântico estão mais frias que o normal.
O monitoramento da temperatura da superfície dos oceanos é uma informação decisiva para compreender a previsão climática. Quanto mais aquecidas as águas da costa leste e norte do Nordeste, maior é a possibilidade de precipitação na região.
Os dados que formam o mapa abaixo foram obtidos pelo Sistema EUMETCast, a tecnologia descentralizada da EUMETSAT para recepção de dados de satélites, instalada no Laboratório Lapis.
A imagem do satélite do GOES-16, do último dia 21 de dezembro, destaca a atuação de uma frente fria e da Zona de Convergência do Atlântico SUL (ZCAS), que trazem mais umidade para áreas do Centro-Sul. A imagem também mostra a presença da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), principal fenômeno que traz chuvas para o interior do Nordeste brasileiro.
Quando a ZCAS aparece, há um persistente corredor de nebulosidade e chuva, com orientação noroeste sudeste, que se estende desde o sul e leste da Amazônia até o sudoeste do oceano Atlântico Sul.
A ZCAS é responsável pela precipitação, durante toda a estação chuvosa (setembro a novembro) na região Sudeste, Centro-Oeste, sul do Nordeste e norte da região Sul.
A ZCAS ocorre quando o ar quente e úmido, da região amazônica, se encontra com o ar frio, vindo do sul da América do Sul. Quando essas massas de ar se encontram, há todos os ingredientes necessários para a formação de nuvens.
Circulações típicas, associadas à ocorrência da ZCAS, durante a primavera/verão são:
Baixos níveis: fluxo de norte/noroeste, que transporta umidade da região amazônica, para a parte central e sudeste do Brasil;
Altos níveis: circulação anticiclônica (Alta da Bolívia) e um cavado, quase estacionário, sobre o Nordeste do Brasil.
As principais características observadas nas imagens de satélites (10 de fevereiro de 2022) são:
Uma zona extensa (alongada) de nuvens, precipitação e ventos convergentes, com orientação noroeste-sudeste, cruzando o Sudeste brasileiro e o sudoeste do oceano Atlântico. Essa zona pode ser vista nos canais VIS (visível), IR (infravermelho), WV (vapor d’água) e RGB (AirMass).
O canal WV mostra nuvens profundas sobre o Brasil, estendendo-se da região amazônica ocidental ao estado do Rio de Janeiro, enquanto há ar mais seco na Argentina e no Sul do Brasil.
O Nordeste brasileiro, Argentina e o Sul do Brasil possuem céu limpo ou presença de pequenas nuvens, do tipo Cumulus, como visto nas imagens do VIS.
A combinação dos canais RGB (AirMass) enfatiza a profunda convecção na ZCAS.
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LETRAS AMBIENTAIS. [Título do artigo]. ISSN 2674-760X. Acessado em: [Data do acesso]. Disponível em: [Link do artigo].
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