Neste post, vamos atualizar a situação climática das regiões brasileiras, a partir de mapas semanais, baseados em dados de satélites. As imagens fazem parte do portfólio de produtos de monitoramento agrometeorológico, realizado pelo Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis).
Com essas ferramentas, é possível se manter atualizado sobre variáveis como distribuição e regularidade das chuvas, intensidade da seca e umidade do solo, em qualquer área do território brasileiro.
O mapa do número de dias consecutivos sem chuva é um dos produtos de monitoramento por satélite do Laboratório Lapis. O produto permite identificar a irregularidade das chuvas nas regiões brasileiras, nas últimas semanas.
O mapa semanal destaca que a seca se expandiu e ficou mais intensa na área central do Brasil. A falta de chuvas, no período de 01 a 07 de maio, atingiu principalmente São Paulo, sul de Minas Gerais, Goiás, leste do Mato Grosso do Sul e norte do Paraná. O Nordeste continua chuvoso, embora o oeste e sul da Bahia, além do Rio Grande do Norte, tenham ficado mais secos.
Na região Sul, as irregularidades das chuvas persistem no Paraná e em Santa Catarina. No Rio Grande do Sul, as chuvas estão mais regulares. A região Norte recebeu chuvas frequentes, durante o período analisado.
Comparando os dois mapas do número de dias sem chuva, referentes à segunda quinzena de abril, já mostravam a expansão da seca na área central do Brasil.
Na área central do Brasil, que abrange desde o oeste da Bahia, passando pelo norte de Minas Gerais, Goiás, Tocantins, leste do Mato Grosso e sul do Piauí, chama-se atenção nos mapas para o aumento da seca, no final de abril. A porção norte do Nordeste continua chuvosa, com melhoria na frequência das chuvas de Pernambuco a Sergipe.
Na região Sul, as irregularidades das chuvas persistem. Embora no final de abril a intensidade da seca tenha diminuído no Rio Grande do Sul, as chuvas ficaram menos frequentes nos demais estados. No Mato Grosso do Sul, houve maior regularidade nas chuvas. Já no Sudeste, os estados de São Paulo e Minas Gerais estão menos secos, embora as chuvas tenham ficado mais escassas no norte mineiro.
No mapa, as áreas na cor marrom indicam onde não ocorreu chuva, nos últimos sete dias consecutivos. Já as áreas em verde mostram onde houve chuva significativa ou os locais que tiveram apenas 1 a 2 dias sem chover, durante o período.
O mapa foi elaborado com dados oriundos do produto Climate Hazards Group InfraRed Precipitation with Station data (CHIRPS), usando o software de geoprocessamento QGIS. O parâmetro utilizado baseia-se no número de dias secos, ou seja, quando o satélite não registrou chuvas, em 24 horas.
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O mapa da umidade do solo, processado no QGIS, com dados do dia 1º de maio, destaca o aumento substancial da umidade do solo no Rio Grande do Sul, além de áreas do Centro-Oeste e do Nordeste brasileiro. É possível comparar o mapa do início de maio com o mesmo mapa da semana anterior, identificando essas mudanças.
Além do Rio Grande do Sul, o destaque do produto de satélite são as chuvas no Nordeste brasileiro, principalmente em Matopiba. A Bahia, sul do Piauí e do Maranhão receberam grandes volumes de chuva, na última semana.
Os mapas são resultado do monitoramento semanal por satélite nas regiões brasileiras, realizado pelo Laboratório Lapis. Foram processados no software QGIS, com dados do satélite SMOS. A missão SMOS tem como um dos objetivos estimar o teor de água presente na camada superficial do solo. Isso é feito através da medição de energia emitida pela superfície, na faixa de micro-ondas. Essa emissão é influenciada pela presença de água no solo, que altera suas propriedades dielétricas.
O mapa do percentual da umidade do solo é um dos produtos de monitoramento mais importantes para a produção agrícola. Para aprender a usar esse e outros produtos de satélites, para monitoramento climático, agrícola e ambiental, usando o software livre QGIS, baixe nosso e-book gratuito "Como dominar o QGIS: o guia completo para mapeamento".
De acordo com o mapa da intensidade da seca, referente ao período de 21 a 30 de abril, já o Nordeste e parte do Sudeste brasileiro receberam chuvas na média ou acima da média, com exceção do centro-leste da Paraíba e Rio Grande do Norte.
O monitoramento por satélite das regiões brasileiras, realizado pelo Laboratório Lapis, destaca predomínio de chuvas excepcionais no extremo sul da Bahia e no nordeste de Minas Gerais. De forma geral, as chuvas voltaram ao estado mineiro.
Por outro lado, grande parte da região Sul, de São Paulo e do Maranhão ficaram com chuvas abaixo da média, além de áreas do Tocantins, Pará e norte do Mato Grosso.
O produto de satélite é essencial para a orientação agrometeorológica, sendo decisivo para o planejamento e tomada de decisão na produção agrícola. O mapa pode ser utilizado juntamente com outros mapas semanais da cobertura vegetal, umidade do solo e precipitação, um tripé de imagens aplicadas à análise de variáveis agrometeorológicas.
O mapa da “intensidade da seca” foi processado no software QGIS, a partir de dados do produto CHIRPS, por meio do cálculo do Índice de Precipitação Padronizado (SPI). O produto pode ser gerado com frequência semanal, mensal e anual.
A chance de o fenômeno climático El Niño se desenvolver nos próximos meses aumentou. A Organização Meteorológica Mundial (OMM) afirmou nesta quarta-feira, dia 03 de maio, que agora estima haver 60% de chance de o El Niño se desenvolver até o final de julho, e 80% de chance até o final de setembro.
As Nações Unidas alertaram que isso poderá influenciar em temperaturas globais mais altas e, possivelmente, em novos recordes de calor.
O mapa mostra que valores médios de anomalia de temperatura da superfície do mar, medidos em grande parte do Pacífico equatorial, ficaram relativamente superiores ao padrão normal. Destaque para o aumento do sinal de aquecimento em parte da costa oeste da América do Sul e em áreas do Atlântico Sul, com valores de anomalia de até 2 ˚C acima da média histórica. Essa condição oceânica contribui para um possível retorno do El Niño, nos próximos meses.
O El Niño, que é um padrão climático natural, normalmente associado ao aumento do calor em todo o mundo, bem como à seca em algumas partes do mundo e a fortes chuvas em outros lugares. O fenômeno ocorreu pela última vez em 2018-2019.
Desde 2020, porém, predominou um La Niña excepcionalmente longo – o oposto do resfriamento do El Niño – que terminou no início deste ano, dando lugar às atuais condições de neutralidade climática do fenômeno El Niño Oscilação Sul (ENOS).
Ainda não há indicação da força ou duração do iminente El Niño. A última foi considerada muito fraca, mas a anterior, entre 2014 e 2016, foi considerada uma das mais fortes.
O mapa acima mostra a anomalia de temperatura, próximo da superfície terrestre (a 2 metros de altura), com dados atualizados neste dia 1º de maio. São dados do NCEP/GFS, uma reanálise global. "Anomalia" é a diferença da condição atual de temperatura, em relação à média de longo prazo. Os valores positivos correspondem ao aquecimento (calor, em tons de vermelho), e os valores negativos, ao resfriamento (frio, em tons de azul).
No Brasil, o ar quente e seco segue atuando em toda a região do Centro-Sul do Brasil, deixando as temperaturas mais altas durante o dia, com tempo estável e sem previsão de chuvas. O dia será ensolarado, estando prevista baixa umidade relativa do ar e temperaturas mais elevadas, durante a tarde.
A massa de ar seco sobre o Centro-Sul do Brasil deverá manter o tempo firme e ensolarado, com maior variação das temperaturas e inibindo a formação das nuvens de chuva. Nas demais regiões do Brasil, predominam temperaturas mais quentes ou em torno da média.
O nordeste da Argentina registrou temperaturas mais frias que o normal, em relação ao período 1979-2000.
O Laboratório Lapis está com inscrições abertas para o Curso "Mapa Mina", que ensina a dominar o QGIS, do zero ao avançado, para gerar mapas e imagens de satélites. Clique aqui para conhecer como funciona o mesmo método usado pela equipe interna no Laboratório.
LETRAS AMBIENTAIS. [Título do artigo]. ISSN 2674-760X. Acessado em: [Data do acesso]. Disponível em: [Link do artigo].
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