Mapas mostram situação climática nas regiões agrícolas brasileiras



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Neste post, vamos analisar a atual condição climática das regiões brasileiras, a partir de mapas. As imagens utilizadas fazem parte do portfólio de produtos de satélite do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis).

Os produtos são processados semanalmente, como resultado do monitoramento por satélite do Lapis, para orientar a tomada de decisão, especialmente na produção agrícola, em qualquer área do território brasileiro.

Mapas mostram chuva em todas as regiões brasileiras em dezembro

Vamos começar atualizando o monitoramento climático das regiões agrícolas brasileiras, a partir do mapa da intensidade da seca. O mapa foi processado no software QGIS, a partir de dados do produto CHIRPS, por meio do cálculo do Índice de Precipitação Padronizado (SPI). O produto pode ser gerado com frequência semanal, mensal e anual.

De acordo com o mapa de SPI, no período de 01 a 10 de dezembro, as chuvas se espalharam por vários municípios brasileiros. O Centro-Oeste, o Sudeste, além de áreas da Amazônia e da região Sul, tiveram chuvas consideradas na média ou acima da média. O que também chamou atenção no período foram os volumes de chuva significativos em quase todo o Nordeste brasileiro.

Essa imagem de satélite é mais um dos produtos agrometeorológicos que fazem parte do portfólio de monitoramento do Laboratório Lapis. Com essa ferramenta, é possível se manter atualizado sobre os volumes de chuva, em qualquer área do território brasileiro, nas últimas semanas.

Esse produto de satélite é essencial para a orientação agrometeorológica, sendo decisivo para o planejamento e tomada de decisão na produção agrícola. O mapa pode ser utilizado juntamente com outros mapas semanais da cobertura vegetal, umidade do solo e precipitação, um tripé de imagens aplicadas à análise de variáveis agrometeorológicas.

Condições da umidade do solo nas regiões agrícolas brasileiras

Agora, vamos atualizar as condições da umidade do solo, nas regiões agrícolas brasileiras, a partir de dados de satélite. De acordo com o mapa acima, do percentual de umidade do solo, as áreas mais atingidas por seca estão no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Rio Grande do Sul.

Nesses locais, as áreas agrícolas enfrentam forte estresse hídrico nos solos, com potencial para prejudicar as lavouras. As principais regiões produtoras de milho continuam a ter precipitação favorável. A primeira semana de dezembro deste ano foi a quinta mais chuvosa em mais de 30 anos, para a região Sul do Brasil. Até agora, as condições de cultivo parecem favoráveis para as principais regiões produtoras.

Na Argentina, a seca prolongada deixa pouca umidade nos solos, nas áreas agrícolas. As condições de seca continuam a ser uma grande preocupação para as plantações, onde a extensão da seca é uma das maiores dos últimos 20 anos. A segunda semana de dezembro de 2022 foi quente, nas principais regiões produtoras, de acordo com dados do Laboratório Lapis.

O clima quente aumenta a taxa de evapotranspiração, de modo que a chegada de temperaturas mais baixas é bem-vinda, embora as condições de seca não melhorem. As condições de seca provavelmente reduzirão a safra 2022-2023 de trigo, soja e milho na Argentina, enquanto o Brasil parece mais favorável para a produção agrícola.

O mapa destaca a condição de baixa umidade do solo no Rio Grande do Sul (RS). A seca compromete os campos de milho no estado, que agora deve produzir cerca de 4,51 milhões de toneladas do cereal, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

O valor revisado da produção é menor do que a previsão anterior de 5,38 milhões de toneladas de milho naquele estado, na safra 2022-2023. O RS está entre os maiores produtores de milho e soja do Brasil.

A safra 2021-2022 foi marcada por um clima mais seco que o normal, em um momento de grande importância para o desenvolvimento das lavouras. Segundo a Conab, a estimativa era de produção de milho estimada em 5,76 milhões de toneladas, para o RS. No entanto, no final da safra 2021-2022, a estiagem fez com que a produção caísse para cerca de 2,56 milhões de toneladas.

Para utilizar esse tipo de mapa e produtos de monitoramento agrometeorólogico, usando dados de satélites, inscreva-se no Curso “Mapa da Mina”, o treinamento prático do Laboratório Lapis, que ensina a dominar o QGIS, do zero ao avançado. Para entender como funciona o método, assista a este vídeo.

Mapa mostra chuvas em quase todo o Brasil na última semana

O mapa do número de dias sem chuva é mais um dos produtos de monitoramento por satélite do Laboratório Lapis, que permite identificar as regiões brasileiras que mais receberam chuva, no período de 05 a 11 de dezembro deste ano.

De acordo com o mapa acima, grande parte do Brasil recebeu chuva todos os dias, com exceção do centro-norte da região Nordeste, além do Rio Grande do Sul, áreas que estiveram mais secas nesse período. Destacam-se ainda áreas que enfrentaram extremos climáticos de estiagem, como foi o caso do Ceará e Rio Grande do Norte.

Áreas agrícolas do Centro-Sul, que passaram por longos meses de seca, também receberam volumes de chuva significativos, nas últimas semanas.

No mapa, as áreas na cor marrom indicam onde não ocorreu chuva, nos últimos sete dias consecutivos. Já as áreas em verde mostram onde houve chuva significativa ou os locais que tiveram apenas 1 a 2 dias sem chover, durante o período.

O mapa foi elaborado com dados oriundos do produto Climate Hazards Group InfraRed Precipitation with Station data (CHIRPS). O parâmetro utilizado baseia-se no número de dias secos, ou seja, quando o satélite não registrou chuvas, em 24 horas.

Mapa identifica áreas com temperaturas mais quentes no Brasil

O mapa SIG da anomalia da temperatura máxima do ar é um dos produtos de monitoramento agrometeorológico do Laboratório Lapis. A imagem permite identificar as temperaturas mais frias ou mais quentes que o normal, nas regiões brasileiras, atualmente.

De acordo com o mapa, as áreas com temperaturas mais frias que o normal, no período de 28 de novembro a 04 de dezembro, estão no centro norte do Brasil (áreas em azul). Já as áreas mais quentes estão no centro sul do Brasil, desde o desde o Rio Grande do Sul até o oeste da Amazônia, além da região Sudeste (áreas em rosa e vermelho).

O mapa foi elaborado com dados oriundos de estações meteorológicas automáticas da Organização Mundial de Meteorologia (OMM), recebidos pelo sistema EUMETCast, a estação descentralizada de recepção de dados do Laboratório Lapis.

Após os processos de correção, esses registros foram sumarizados, para a escala semanal. Em seguida, foi feito o cálculo da diferença do valor observado na semana, em relação à média climatológica dos últimos 30 anos, para a criação dos mapas semanais de anomalia, para toda as regiões agrícolas brasileiras.

Encerrado o mês de novembro mais quente dos últimos 30 anos

O mapa acima mostra a anomalia de temperatura próximo à superfície, em 2 metros de altura, para o mês de novembro de 2022. São dados do Copernicus Climate Change Service/ECMWF, que correspondem a uma reanálise global.

O termo “anomalia” se refere à diferença da condição atual de temperatura, em relação à média de longo prazo. Os valores positivos correspondem ao aquecimento (calor, em tons de vermelho no mapa), e os valores negativos, ao resfriamento (frio, em tons de azul).

De acordo com o mapa, o último mês de novembro foi mais frio que o mesmo mês em 2012 e também no período 2015-2021. Todavia, o último mês foi globalmente quase 0,2 °C mais quente do que a média de novembro de 1991-2020.

O mapa mostra algumas regiões com temperaturas mais frias ou abaixo da média, no último mês de novembro. Essas regiões incluíram a costa leste do Brasil, o oeste dos Estados Unidos, grande parte do oeste do Canadá e a Antártica. Condições quentes prevaleceram no Atlântico Norte e no noroeste da Europa. A Europa experimentou seu terceiro outono mais quente, com 1 °C acima do normal.

Cabe ressaltar que novembro de 2022 está sob influência de um fenômeno La Niña, que tende a diminuir a temperatura média global. Por isso, algumas áreas do Brasil estão mais frias.

Mais informações

Se você quer dominar o QGIS, do básico ao avançado, para produzir e analisar um portfólio de mapas e produtos de monitoramento agrícola e ambiental, inscreva-se no Curso de QGIS “Mapa da Mina”. É o treinamento prático e online do Laboratório Lapis. Para conhecer como funciona o método “Mapa da Mina”, clique neste link. 

 *Post atualizado em: 16.12.2022, às 14h51.

COMO CITAR ESTE ARTIGO:

LETRAS AMBIENTAIS. [Título do artigo]. ISSN 2674-760X. Acessado em: [Data do acesso]. Disponível em: [Link do artigo].

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