Devido ao clima extremo, causado por um evento La Niña de vários anos, a Austrália tem sofrido inundações severas, nos últimos dois anos. Em janeiro deste ano, o país foi atingido por inundações que ocorrem só uma vez a cada século, deixando comunidades isoladas e forçando evacuações em massa. A crise é generalizada, com fortes chuvas e aumento do nível das águas até grandes enchentes contínuas, que causam estragos em todo o país.
Embora as inundações possam trazer alívio para os ecossistemas que sofrem com a seca, elas representam um sério risco para as vidas e meios de subsistência das pessoas afetadas. Já são consideradas o desastre natural mais caro da Austrália, com um custo estimado em US$ 3,5 bilhões, em 2022.Vários bilhões a mais estão previstos para gastos do governo e contas de seguro, em 2023.
No Brasil, recentemente, os municípios de São Sebastião e Bertioga, no litoral norte de São Paulo, receberam mais de 600 milímetros (mm) de chuva, em menos de 24 horas. O evento extremo de chuva, com inundações e deslizamentos de terra, causou um verdadeiro desastre nesses locais, com 65 mortes confirmadas. A dimensão dos danos e prejuízos ainda não foi devidamente estimada.
Algumas instituições brasileiras de monitoramento por satélite e radar alertaram para uma chuva forte em localidades do litoral norte de São Paulo, durante o feriado de Carnaval no Brasil.
Porém, o volume de chuva foi muito superior ao previsto, em razão da convergência de sistemas meteorológicos em atuação e às características topográficas da região. Além disso, o Estado e o município falharam nas ações de alerta e evacuação das comunidades que vivem em áreas de risco.
Neste post, explicamos os sistemas que provocaram as tempestades históricas, no litoral norte de São Paulo.
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Na Austrália, dados de satélite da Planet capturaram o desastre natural. As imagens ajudaram a oferecer uma maneira segura e rápida para o governo obter consciência da situação sobre a região inundada e tomar decisões.
A animação abaixo mostra imagens da Planet, destacando o rastro de destruição deixado pelas chuvas históricas, naquele país.
Governos e instituições em todo o mundo podem utilizar imagens da Planet, na resposta e gerenciamento de desastres. Ao fornecer uma imagem abrangente do escopo e da gravidade de uma inundação, desde o espaço, esses dados orientam a resposta a esses eventos destrutivos.
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No Brasil, durante a resposta à tragédia por tempestades e deslizamentos de terra no litoral de São Paulo, o Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis) divulgou imagens da Planet, mostrando o antes e depois do desastre.
As imagens da Planet permitem comparar como estavam áreas da região, no último mês de janeiro, e a situação em que ficou, no dia 20 de fevereiro, após as inundações devastarem municípios do litoral norte de São Paulo.
As imagens acima expõem a “geomorfologia” da superfície terrestre. A cor marrom destaca a extensão do deslizamento de terra e das inundações, que transformaram as ruas em rios de lama.
As próximas imagens de satélite, obtidas pela Planet, comparam o antes e depois das chuvas extremas, no município de Salesópolis, localizado nas intermediações do litoral norte de São Paulo.
As imagens da Planet mostram o antes e depois das inundações, próximo à Usina Hidrelétrica de Paraibuma, localizada no Vale do rio Paraíba do Sul, que também abrange o litoral norte de São Paulo.
A Planet constrói e opera a maior frota de satélite de observação da Terra, capturando dados diários. Atualmente, são duas constelações: 1) satélites Dove: fornecem uma varredura diária de toda a Terra, com resolução de três metros; 2) satélites SkySat: capturam imagens com resolução de 50 cm, de qualquer local da Terra.
As imagens de satélite da Planet, utilizadas para monitoramento de inundações tanto no Brasil quanto na Austrália, são ferramentas valiosas por mostrar a situação antes e depois das chuvas extremas. Por isso, é importante que órgãos de monitoramento ambiental e resposta a eventos extremos utilizem essa alta tecnologia para que suas ações estejam fundamentadas em dados seguros.
Mais detalhes sobre o monitoramento da situação dos deslizamentos de terra no litoral de São Paulo, foram apresentadas neste post.
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O Laboratório Lapis usou imagens da Planet para mapear o local afetado por chuvas extremas, no litoral norte de São Paulo. Também tem utilizado imagens dessa alta tecnologia para mapear riscos de desastres ambientais no Brasil, como seca, desertificação, inundações e alagamentos.
Além disso, desenvolveu o método “Mapa da Mina”, que ajuda usuários individuais de imagens de satélites, empresas e agências a monitorar riscos climáticos, usando todo o poder do software QGIS, do zero ao avançado. Para se inscrever no Curso online ou simplesmente para conhecer como funciona o método, clique aqui.
*Com informações da PlanetScope.
LETRAS AMBIENTAIS. [Título do artigo]. ISSN 2674-760X. Acessado em: [Data do acesso]. Disponível em: [Link do artigo].
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