Uma famosa expressão já dizia: “Não se gerencia o que não se mede”. E para entender o clima, não é diferente. Dados climáticos globais são uma referência para garantir a sustentabilidade do nosso Planeta, inclusive para orientar a produção mundial de alimentos.
Uma questão de muitos profissionais que trabalham com Sistemas de Informação Geográfica (SIG’s), seja no monitoramento agrícola, ambiental ou meteorológico, é acessar dados com facilidade. De forma geral, dados de satélites estão disponíveis no mercado, pelo setor privado ou por agências governamentais.
Como já explicamos neste post, o lançamento de muitos satélites resulta de grande investimento de capital privado, com alta tecnologia agregada, para exploração do espaço.
É o caso, por exemplo, dos Satélites de Abertura Sintética (SAR). Vale lembrar que, recentemente, o Brasil investiu R$ 175 milhões, para adquirir o acesso, de uma empresa privada da Finlândia, a uma constelação de satélites-radar, para monitoramento da Amazônia.
Pela própria característica de empresa privada, apenas parte dessas imagens pode ser obtida gratuitamente, como uma “amostra grátis”, sendo, portanto, um acesso limitado, não suficiente para monitoramento operacional.
Mas existem inúmeras instituições e organizações internacionais, que fornecem gratuitamente dados de satélites relevantes, ao monitoramento climático, agrícola e o ambiental.
Neste post, vamos indicar as 7 incríveis fontes de dados climáticos globais, obtidos a partir de satélites, que podem ser acessadas gratuitamente.
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Pelo Observatório da Terra, da National Aeronautics and Space Administration (NASA), qualquer interessado pode rastrear 16 variáveis climáticas, como aerossóis, temperatura e carbono, desde o ano de 1999.
A melhor parte é como essa agência governamental dos Estados Unidos torna o acesso facilmente compreensível pelo público.
Na Europa, há um enorme esforço para se rastrear os impactos da mudança climática. É por isso que foi criada a Iniciativa de Mudança Climática da Agência Espacial Europeia (CCI), que aproveita 40 anos de observações de satélite, combinando dados de missões anteriores.
As Nações Unidas lideram mundialmente a construção de uma agenda ambiental cooperativa, para o mundo abraçar. Mesmo assim, pesquisadores de dados costumam ignorar, de alguma forma, a enorme riqueza sobre mudança climática, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
O UNEP Environmental Data Explorer contém mais de 500 variáveis diferentes, disponíveis para interessados de todo o mundo explorar.
No total, 377 conjuntos de dados climáticos estão armazenados na iniciativa de dados abertos, do governo dos Estados Unidos. Mas não apenas isso. Para enfrentar o desafio de um clima em mudança, o kit de ferramentas de resiliência do clima, disponibilizado por aquele país, simplifica o processo de construção de comunidades resilientes.
Você pode acessar, por exemplo, as vulnerabilidades ambientais, obtendo projeções climáticas, para o ano de 2100. Ao pesquisar pelo seu código postal, no Climate Explorer, é possível estimar seu risco e proteger melhor seus investimentos no futuro.
A Rede Geográfica da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO GeoNetwork), consiste em 247 conjuntos de dados climáticos. Todos os dados são de natureza espacial.
A Rede não apenas fornece uma ampla gama de dados espaciais, mas também cobre imagens de satélite, mapas interativos e aplicativos relacionados.
O Centro de Dados Socioeconômicos e Aplicações (Sedac), também da Nasa, trata das interações humanas com o meio ambiente. Embora seja melhor para a compreensão dos efeitos antropogênicos, o Centro fornece 123 conjuntos de dados, relacionados à conservação ambiental e ao clima.
Outra fonte de dados ambientais, que ainda não discutimos, pode ser a mais poderosa de todas. O objetivo da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é construir melhores políticas e um Planeta mais sustentável no futuro.
Acontece que as políticas ambientais precisam de cooperação global. Portanto, na vanguarda da OCDE está seu centro de conhecimento, para análise de dados climáticos, entre outros.
Cada fonte de dados climáticos, citada acima, fornece uma componente geográfica. Como o clima contém uma abordagem espacial, ele requer uma gestão espacial.
Ao baixar esses dados, você vai precisar de uma ferramenta de processamento de dados, baseada em um Sistema de Informação Geográfica (SIG).
É por isso que o Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis) recomenda o uso do software QGIS, ferramenta de processamento de dados de satélite e de geração de mapas.
O QGIS é um dos softwares de geoprocessamento mais utilizados no mundo. Sua principal vantagem é ser um software livre (gratuito), programado na linguagem Python.
A ferramenta permite aos usuários integrá-la com outros programas e manipular os dados, de acordo com sua demanda. Também possibilita realizar análises espaciais, utilizando informações geográficas, para avaliar determinadas variáveis, auxiliando na tomada de decisão.
Ao disponibilizar centenas de ferramentas, o QGIS permite a geração de mapas, por qualquer usuário interessado. Também é possível instalar plugins (extensões ou complementos), para ampliar as possibilidades de soluções, criadas com uso desse software.
Conheça o método “Mapa da Mina”, do Laboratório Lapis, que ensina a dominar o geoprocessamento no QGIS, do básico ao avançado.
O Curso é um treinamento totalmente prático, indicado para quem deseja aprender a gerar mapas e indicadores, processar e analisar imagens de satélite, nesse software livre e gratuito. Para conhecer o método, assista a esta apresentação.
*Post atualizado em: 22.08.2022, às 12h20.
LETRAS AMBIENTAIS. [Título do artigo]. ISSN 2674-760X. Acessado em: [Data do acesso]. Disponível em: [Link do artigo].
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