Laboratório divulga previsão climática para as regiões brasileiras no próximo trimestre



Ouça este conteúdo
Parar este conteúdo

O Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis) divulgou a previsão climática para o trimestre de abril a junho, além de uma análise meteorológica das chuvas no Brasil, no período de janeiro a março deste ano.

De acordo com o meteorologista Humberto Barbosa, fundador do Laboratório, os índices de precipitação acumulada, para o trimestre de abril a junho, indicam chuvas próximas da média histórica. Porém, para a costa leste do Nordeste e a região Sul, as chuvas ficam abaixo da média, durante o período. As informações foram obtidas a partir do modelo europeu de previsões meteorológicas à médio prazo (ECMWF).

Mapa da chuva nas regiões brasileiras_QGIS

Durante o trimestre de janeiro a março deste ano, a chuva acumulada ficou abaixo de 500 mm no Centro-Leste do Brasil. Já nas regiões Centro-Oeste e Norte, as chuvas ficaram acima de 500 mm. Além disso, no oeste de Alagoas e de Sergipe, bem como no centro da Bahia, a chuva acumulada ficou entre 50 e 100 mm (cor amarela, no mapa), sendo os menores volumes de chuva para o trimestre, em todo o País.

As chuvas ocorreram em razão de frente frias, deslocamento de cavados, vórtices ciclônicos de altos níveis (VCAN’s), Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), da disponibilidade de calor e umidade, bem como da atuação de áreas de baixa pressão atmosférica.

>> Leia também: Calor extremo atingiu cerca de 60% da população brasileira em fevereiro

El Niño costeiro pode ter impacto localizado em áreas do Nordeste

Um El Niño costeiro se formou na costa oeste da América do Sul, onde as anomalias de temperatura das águas do Pacífico já superam 2,5 °C. O termo “anomalia” indica que as temperaturas estão acima ou abaixo do normal, em relação à média histórica.

De acordo com o meteorologista Humberto Barbosa, fundador do Laboratório Lapis, essa configuração de El Niño tende a ter impacto mais localizado, principalmente sobre o clima das regiões costeiras do Peru e Equador. Mas ele não descarta que o El Niño costeiro esteja influenciando na redução das chuvas no centro-sul do Nordeste brasileiro.

Por outro lado, águas mais frias que o normal ainda persistem na região central e oeste do Pacífico, reforçando a tendência de neutralidade climática na região de maior importância para o El Niño. Isso significa que o Pacífico tropical continua neutro (sem La Niña e sem El Niño).

Há um aquecimento das águas superficiais no Atlântico Norte. Já no Atlântico Sul, também predominam águas mais quentes que o normal, em grande parte do litoral brasileiro, especialmente na costa leste do Sudeste e Sul. Essa situação pode favorecer a passagem de frentes frias. Já na costa leste do Nordeste, as temperaturas do Atlântico também apresentam tendência de neutralidade.

>> Leia também: Meteorologista explica por que chegada do El Niño ainda vai demorar

Mapeamento mostra mudança nas regiões brasileiras afetadas pela seca

Regiões brasileiras afetadas por seca_QGIS

O Laboratório Lapis lançou um novo mapa de monitoramento da situação climática nas regiões brasileiras. De acordo com o mapa do Índice de Precipitação Padronizado (SPI), no período de 21 a 31 de março, nas últimas semanas de março, houve mudança nas áreas atingidas por seca extrema ou excepcional.

Enquanto em meados de março a seca intensa estava concentrada na área central do País, no final de março, houve o deslocamento dessa condição para a porção norte do Nordeste e áreas da Amazônia.

Já no Centro-Sul, houve registro de chuvas na média ou acima da média histórica. O mapa é baseado em dados do Climate Hazards Group InfraRed Precipitation with Station data (CHIRPS).

O Semiárido brasileiro foi impactado por temperaturas de até 5 °C acima da média histórica. Ou seja, as temperaturas estão mais altas na região do que eram no passado, com dias com ondas de calor e dias com calor extremo mais frequentes.

>> Leia também: La Niña perde força e Pacífico mais quente já sinaliza para um El Niño

Mais informações

Os mapas e produtos de satélites utilizados neste post fazem parte do portfólio de produtos de monitoramento do Laboratório Lapis. Se você quer aprender a dominar as Geotecnologias, para gerar mapas e produtos de monitoramento por satélite, você tem a oportunidade de passar 01 inteiro sendo treinado pela equipe do Laboratório Lapis. Para dominar o software livre QGIS, até o nível avançado, inscreva-se para o Curso de QGIS “Mapa da Mina”.

COMO CITAR ESTE ARTIGO:

LETRAS AMBIENTAIS. [Título do artigo]. ISSN 2674-760X. Acessado em: [Data do acesso]. Disponível em: [Link do artigo].

Gostou do texto? Compartilhe com seus amigos:



Artigos Relacionados

Clima e energia

O El Niño afetará o clima em 2019?

Clima e energia

As tecnologias usadas pelos cientistas para monitorar o El Niño

Clima e energia

El Niño avança, mas atmosfera ainda responde ao La Niña

Inscreva-se

Deixe aqui seu e-mail e receba nossas atualizações.


×

Este site utiliza cookies. Ao fechar este aviso, você concorda. Saiba mais.