Mapeamento mostra queimadas em áreas de linhas de transmissão de energia elétrica



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Um mapeamento do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis) mostrou a incidência de queimadas em áreas de linhas de linhas de transmissão de energia elétrica. Na manhã da última terça-feira, dia 15 de agosto, um apagão elétrico afetou todos os estados brasileiros, com exceção de Roraima. As causas do incidente ainda estão sendo investigadas.

De acordo com a atualização feita pelo Laboratório Lapis, no mesmo dia 15 de agosto, as regiões Norte e Nordeste foram as mais afetadas por intenso fogo ativo, próximo às linhas de transmissão de energia elétrica.

Mapa das linhas de transmissão e queimadas_QGIS

As companhias de distribuição de energia elétrica alertam para os perigos de queimadas próximas às linhas e torres de transmissão. Geralmente, essas queimadas são provocadas pela ação humana, provocando danos e prejuízos aos municípios da região. Pode comprometer o fornecimento de energia, prejudicando o abastecimento de residências, comércios, hospitais, escolas e serviços essenciais.

Além disso, o fogo produzido junto às bases das torres danifica as estruturas metálicas, cabos condutores e demais componentes da linha de transmissão. Além disso, a poeira e a fuligem geradas produzem curtos-circuitos nas linhas.

O mapa acima mostra a intensidade das queimadas nesta terça-feira, dia 15 de agosto, em todo o Brasil. Chama-se atenção para os focos de incêndios em áreas de linhas de transmissão, possivelmente influenciando na rede elétrica do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), em áreas das regiões Norte e Nordeste do Brasil. O produto de potência de fogo foi gerado pelo Laboratório Lapis, a partir de dados da missão Copernicus.

A intensidade do fogo ativo é expressa, na imagem de satélite, pelas cores que vão do laranja (menor energia) a vermelha (mais alta energia), associadas ao fogo. A taxa de liberação de radiação térmica, por cada incêndio, está relacionada à taxa na qual o combustível está sendo consumido e a fumaça produzida.

O monitoramento das queimadas, a partir de dados de satélite, é útil para o acompanhamento de grandes escalas regionais, condição que representa a característica continental do País. Isso permite gerar análises temporais e espaciais da ocorrência do fogo, que seriam impossíveis de outra forma.

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Mapa mostra áreas com alto risco de incêndios florestais no Brasil

Mapa da propagação de incêndios florestais_QGIS

O período das secas deixa várias regiões do Brasil mais propensas ao aumento dos focos de incêndio. O mapa da propagação do fogo é calculado a partir de um conjunto de variáveis meteorológicas, como temperatura, umidade relativa, vento e precipitação, para os próximos 10 dias. É uma indicação de que as condições climáticas do incêndio são determinadas com base nos valores do Canadian Forest Fire Weather Index (FWI).

O mapa foi gerado a partir do modelo de previsão do Integrated Forecasting System (IFS), do European Centre for Medium-Range Weather Forecasts (ECMWF). A imagem apresenta o potencial de início e propagação de um incêndio florestal (ou seja, queima da vegetação), com base em uma combinação de vários parâmetros meteorológicos.

O valor do índice FWI indica em que grau as condições do clima e do combustível são propícias à propagação do fogo. O sistema de classificação reconhece seis níveis de perigo de propagação do fogo: Muito baixo, Baixo, Moderado, Alto, Muito alto, Extremo.

Como o valor médio e a amplitude do FWI diferem, dependendo da vegetação local e das condições climáticas, os valores-limite específicos foram derivados para 18 zonas ambientais globais. Cada zona ambiental recebeu distribuição exclusiva de valores FWI e categorias de risco de incêndio, associadas com base em uma extensa revisão da literatura científica.

O mapa acima mostra a intensidade dos incêndios florestais nas regiões brasileiras, com dados de satélite atualizados no dia 16 de agosto. Vale lembrar que na esmagadora maioria das vezes, as queimadas têm origem antrópica, ou seja, alguma ação humana atua como gatilho para seu início. É claro que algumas condições climáticas, como seca intensa, favorecem a incidência da queima descontrolada da cobertura vegetal. 

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Sistemas de Informação Geográfica permitem monitorar riscos de apagão elétrico

Os Sistemas de Informação Geográfica (SIG) se tornaram ferramentas críticas para evitar riscos de colapso nas redes de transmissão de energia elétrica. A tecnologia é utilizada especialmente para monitorar e prevenir danos provocados pelas queimadas, nas proximidades das redes e torres de transmissão.

Os sistemas de geoprocessamento permitem sobrepor várias camadas de dados, incluindo: mapeamento do fogo ativo por incêndios florestais, velocidade dos ventos, linhas de transmissão de energia elétrica, densidade populacional, secas, distância de estradas, tipo de cobertura do solo, entre outros.

O mapa acima mostra a sobreposição de camadas ao longo dos quilômetros de linhas de transmissão no Brasil, velocidade dos ventos, podendo ainda fazer o cruzamento da estimativa da intensidade do fogo.

O SIG é um sistema baseado em programas computacionais, que consistem em hardware, software, dados e usuários. Permitem combinar e cruzar, visualmente, camadas de informações, provenientes de diversas fontes, como informação de sensores orbitais (satélites), informação recolhida com GPS ou obtida com métodos tradicionais da topografia.

Entre as questões em que um SIG pode ter papel importante, estão: 

Localização: inquirir características de um lugar concreto.

Condição: cumprimento ou não de condições impostas aos objetos. 

Tendência: comparação entre situações temporais ou espaciais, distintas de alguma característica. 

Rotas: cálculo de caminhos ótimos, entre dois ou mais pontos. 

Modelos: geração de modelos explicativos, a partir do comportamento observado de fenômenos espaciais.

Adicionalmente, um SIG é composto por diversos componentes, a saber: Software (dados de entrada); Hardware; Métodos; e Brainware (propostas e ideias).

Dispondo de algumas informações básicas, em um SIG, é possível fazer perguntas ao sistema, filtrando respostas das bases de dados, mediante critérios específicos, até que seja obtida a resposta desejada. A resposta depende da sua capacidade em manipular a tecnologia e fazer o diagnóstico correto.

Esses tipos de análises são procedimentos clássicos de geolocalização: cruzando várias camadas de informação espacial, que representem fatores positivos ou negativos em relação à área monitorada, é possível identificar e prevenir os riscos de apagão elétrico.

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Mais informações

O Laboratório Lapis treina usuários para utilizar o sistema de geoprocessamento QGIS, do zero ao avançado, para processar mapas ou imagens de satélite. Para participar do treinamento prático e ser certificado pelo Laboratório Lapis, inscreva-se no Curso de QGIS online, usando o método "Mapa da Mina".  

COMO CITAR ESTE ARTIGO:

LETRAS AMBIENTAIS. [Título do artigo]. ISSN 2674-760X. Acessado em: [Data do acesso]. Disponível em: [Link do artigo].

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