Neste post, vamos atualizar a situação climática das regiões brasileiras, a partir de mapas, com informações obtidas junto ao Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis).
Os mapas e as imagens utilizadas neste post fazem parte do portfólio de produtos de monitoramento semanal por satélite do Laboratório Lapis. Com essas ferramentas, é possível se manter atualizado sobre variáveis como distribuição da chuva, cobertura vegetal, umidade do solo, intensidade da seca e previsão do tempo para todas as áreas do território brasileiro.
O mapa da intensidade da seca, baseado no Índice de Precipitação Padronizado (SPI), destaca como foi a distribuição das chuvas nas regiões brasileiras, no período de 11 a 20 de janeiro, em relação à média histórica. O mapa é resultado do monitoramento semanal por satélite, realizado pelo Laboratório Lapis.
Você pode observar no mapa que houve uma redução significativa da seca em toda a área central do Brasil. No mês de dezembro, áreas do Sudeste e do Centro-Oeste enfrentaram situação excepcional de seca. Em meados de janeiro, essa condição de seca permaneceu apenas no norte do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul. Nas demais áreas, ocorreram chuvas normais, se comparadas com a média histórica.
Na porção norte do Nordeste brasileiro, janeiro manteve a condição de chuvas dentro da média. A região Sul também recebeu chuvas na média, sendo o Rio Grande do Sul acima da média.
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O mapa da intensidade da seca, baseado no Índice de Precipitação Padronizado (SPI), destaca como foi a distribuição das chuvas nas regiões brasileiras, durante o mês de dezembro de 2023.
Você pode observar no mapa que na porção norte do Nordeste brasileiro, dezembro recebeu chuvas acima da média. A região Sul também recebeu chuvas na média ou acima da média. Por outro lado, toda a área central do Brasil, principalmente no Centro-Oeste e Sudeste, os municípios enfrentaram de seca grave até seca excepcional. Essa situação também ocorreu no leste do Paraná e de Santa Catarina, além do Tocantins e sul do Pará.
O mapa foi gerado no software livre QGIS, a partir do cálculo do Índice de Precipitação Padronizado (SPI). Esse índice de seca permite analisar a duração, a frequência e a gravidade das secas meteorológicas, usando dados do Climate Hazards Group InfraRed Precipitation with Station data (CHIRPS). Os dados também permitem avaliar os anos de ocorrência de chuvas intensas em determinada região, comparando com a média histórica acumulada.
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O mapa do número de dias secos é um dos produtos de monitoramento por satélite gerados semanalmente pelo Laboratório Lapis. Atualizado para o período de 19 a 25 de janeiro, o mapa permite analisar como foi a frequência das chuvas nas diferentes regiões brasileiras, na última semana.
Você pode observar que houve uma melhoria na frequência das chuvas em quase todo o Brasil, com destaque para a área central do País. Na porção norte do Nordeste, as chuvas foram irregulares, embora tenha havido uma melhoria nos últimos dias. No norte de Minas Gerais e no Espírito Santo, as chuvas também foram irregulares. Nas demais regiões, ocorreram chuvas frequentes.
No mapa, as áreas na cor marrom indicam onde não ocorreu chuva, nos últimos sete dias consecutivos. Já as áreas em verde mostram onde houve chuva significativa ou os locais que tiveram apenas 1 a 2 dias sem chover, durante o período.
O mapa foi elaborado com dados oriundos do produto CHIRPS. O parâmetro utilizado baseia-se no número de dias secos, ou seja, quando o satélite não registrou chuvas, a cada 24 horas.
O CHIRPS é um conjunto de dados de chuva, obtidos por satélites e pela coleta in situ, em estações meteorológicas, desde 1981 até o presente. Esse sistema de estimativa de precipitação infravermelha permite criar séries temporais de chuva, para análise de tendência e monitoramento da seca sazonal.
O mapa do número de dias secos é uma das ferramentas que fazem parte do método “Mapa da Mina”, do Laboratório Lapis. Para saber como gerar esse e outros produtos de satélite, com o mesmo método usado pela equipe interna do Laboratório Lapis, baixe nosso e-book gratuito.
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Como você pode ver na imagem, uma fase úmida da Oscilação Madden-Julian (MJO) passa pelo Brasil atualmente. O fenômeno favorece chuvas sobre parte das regiões Sudeste, Nordeste e Norte.
De acordo com o meteorologista Humberto Barbosa, fundador do Laboratório Lapis, há previsão de muita chuva acumulada para os próximos 10 dias, sobre essas regiões.
A OMJ é uma onda de nuvens profundas, movendo-se para o leste, acompanhada de perturbações de tempestades, chuva, ventos e anomalias de pressão. Essa onda atmosférica passa pelo Brasil, intensificando as chuvas em grande parte das regiões. Para entender como o fenômeno influencia nas chuvas do Brasil, acesse o post completo.
Além da influência da MJO, as temperaturas da água do oceano Atlântico ainda estão altas, neste mês de janeiro. Na imagem de abertura deste post, você pode observar que as temperaturas variam de 28 a 32 °C, em toda a bacia do Atlântico tropical.
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A imagem do satélite Meteosat-10 (vapor atmosférico), gerada no dia 28 de janeiro, mostra muitas nuvens no leste do Sul do Brasil, associadas à circulação marítima e a um Vórtice Ciclônico em Altos Níveis da atmosfera (VCAN).
Essa condição, associada à presença da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) favorecem as chuvas em áreas do Centro-Sul do Brasil. Sobre parte das regiões Sudeste, Nordeste e Norte, observa-se bastante instabilidade.
Na costa do Nordeste brasileiro, um VCAN está atuando, nesse momento sobre a área oceânica. Áreas de instabilidade estão associadas a ventos fortes em médios e altos níveis da atmosfera, bem como à proximidade de um sistema frontal, que se encontra no sul da região, junto à Bahia.
Esse sistema organiza um corredor de umidade na região central do Nordeste. Há ainda a atuação do sistema de brisa e efeitos locais, como relevo e temperatura.
A imagem acima mostra as atuais condições dos ventos em altos níveis da atmosfera (250 hectopascal), com destaque para a presença de dois VCAN’s, com influência sobre o Brasil.
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O Laboratório Lapis treina usuários para dominar o QGIS, do zero ao avançado, com habilidades para gerar mapas e produtos de monitoramento por satélite. O treinamento ensina a utilizar o mesmo método usado pela equipe interna do Laboratório Lapis. Para participar do Curso online, que está com inscrições abertas, clique neste link.
LETRAS AMBIENTAIS. [Título do artigo]. ISSN 2674-760X. Acessado em: [Data do acesso]. Disponível em: [Link do artigo].
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