Mapeamento impressiona ao mostrar cobertura vegetal do Brasil em anos de El Niño e La Niña



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Um mapeamento feito pelo Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis) mostrou a diferença impressionante entre o atual mapa da cobertura vegetal com o mesmo período de anos anteriores.

É possível comparar a diferença da cobertura vegetal, quando o clima brasileiro esteve sob a influência do La Niña (2022), do El Niño (2023) e na atual condição de neutralidade (sem El Niño e sem La Niña).

Mapa da cobertura vegetal_QGIS_2024

Além de gerar o atual mapa da cobertura vegetal para as regiões brasileiras, o Laboratório fez uma comparação com o mapa do mesmo período de 2022 (segundo ano consecutivo de La Niña) e de 2023 (com a recém-chegada do El Niño, após três anos consecutivos sob La Niña).

Mapa da cobertura vegetal_QGIS_2023

A diferença entre os mapas é impressionante, com destaque para a seca na área central do Brasil e na região Nordeste. Os mapas foram gerados com dados de satélite do período de 15 a 21 de julho, tanto deste ano quanto dos anos anteriores.

Mapa da cobertura vegetal_QGIS_2022

Atualmente, o que chama atenção nos mapas é o aumento do impacto das secas-relâmpago sobre a vegetação nas regiões da Centro-Oeste, Sudeste e em áreas do Sul brasileiro. Atualmente, o Pacífico se encontra na condição de neutralidade, ou seja, sem El Niño e sem La Niña.

Os mapas foram gerados com dados do satélite Meteosat, dos diferentes períodos, a partir do processamento do Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI).

O mapa de NDVI é um dos mais importantes indicadores de seca, pois permite analisar como a baixa umidade do solo, provocada pelas chuvas insuficientes em alguns locais, afeta o vigor da vegetação nas regiões brasileiras.

>> Leia também: Estudo desenvolve modelo com Inteligência Artificial para detectar secas-relâmpago

Mapa indica áreas mais secas do Brasil nos últimos anos

Mapas mostram áreas mais secas do Brasil

Você pode observar, nos mapas, uma situação muito parecida de seca no Nordeste brasileiro, nesse mesmo período, em 2022 e 2023. Hoje, a porção norte da região está mais verde, em razão das chuvas frequentes, embora a estação chuvosa já tenha terminado.

Por outro lado, este ano, o evento extremo de seca-relâmpago também atinge áreas do norte do Paraná. No Rio Grande do Sul, as áreas em vermelho estão relacionadas à seca-relâmpago ou à degradação da cobertura vegetal, pelas chuvas extremas em maio deste ano.

Para a elaboração do mapa, foi utilizada a mesma metodologia de processamento de dados de satélites do Laboratório Lapis, usando o mesmo software de geoprocessamento QGIS. Os mapas também foram elaborados com dados do mesmo satélite Meteosat. É claro que ao longo do tempo, houve algumas melhorias no algoritmo que gera o mapa de NDVI.

Apesar da sutil diferença nas cores, de forma geral, a comparação nos permite compreender o forte impacto das secas-relâmpagos (em tons de vermelho, nos mapas), nas regiões agrícolas brasileiras, principalmente com a influência do La Niña (2022), El Niño (2023) e neutralidade (2024). Além disso, nesse período, as secas-relâmpago potencializam a ocorrência de queimadas provocadas e a degradação das terras, nos biomas brasileiros.

Os mapas foram elaborados com uso do método “Mapa da Mina”. Para aprender a dominar o QGIS e gerar produtos de monitoramento por satélite, inscreva-se no Curso de QGIS do Laboratório LAPIS, do básico ao avançado. 

COMO CITAR ESTE ARTIGO:

LETRAS AMBIENTAIS. [Título do artigo]. ISSN 2674-760X. Acessado em: [Data do acesso]. Disponível em: [Link do artigo].

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