A previsão do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis) indica um padrão interessante sobre a Amazônia brasileira. Uma ampla área de baixa pressão está prevista para cobrir a região. Isso indica um padrão típico do fenômeno La Niña, com maior possibilidade de favorecer chuvas nessa área de setembro a novembro.
Você pode observar no mapa acima, o cenário esperado da anomalia da pressão da superfície do mar. O termo “anomalia” indica o atual desvio da pressão, em relação à média histórica.
O La Niña consiste no resfriamento das camadas superficiais do oceano Pacífico tropical, na região equatorial próxima ao Peru e Equador. O fenômeno costuma causar seca em algumas regiões e chuvas intensas em outras, com impacto opostos ao do El Niño.
Outro mapa atualizado mostra a previsão das anomalias de temperatura do Oceano (Veja o mapa acima). Você pode observar que as águas superficiais estão mais frias do que o normal, nas regiões central e oriental do Pacífico tropical. No mapa, as anomalias frias têm formato semelhante ao de uma onda. Isso ocorre por causa dos fortes ventos alísios (de leste), que empurram as águas para o oeste, criando redemoinhos na superfície do Oceano.
Manchas quentes ainda persistentes no Pacífico tropical são influência do forte El Niño, que se dissipou recentemente. O El Niño esteve ativo desde junho de 2023, enfraquecendo no outono deste ano.
No último mês de junho, o El Niño foi embora. Atualmente, o Pacífico tropical se encontra em situação de neutralidade, ou seja, sem El Niño e sem La Niña. O La Niña pode chegar em breve, acompanhado de temperaturas mais baixas, depois da onda de calor provocada pelo El Niño. No Brasil, historicamente, a influência do La Niña está associada a chuvas acima da média nas regiões Norte e Nordeste, e a secas no Centro-Oeste e Sul.
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De acordo com o monitoramento da umidade do solo, feito pelo Laboratório Lapis, com dados de satélite atualizados em 23 de julho, novamente há uma situação crítica de seca na Amazônia brasileira.
Estudos do Laboratório Lapis destacam o mapa da umidade do solo como o produto de satélite mais adequado para análise das secas-relâmpago no Brasil. O mapa permite estimar a quantidade de água da superfície do solo, a uma profundidade de até 40 cm, a partir de dados de satélites.
Você pode comparar com o mapa desse mesmo período do ano passado. Observe como o Sul do Brasil registra atualmente uma diminuição significativa na umidade do solo.
"Seca-relâmpago" (do inglês, flash drought) é um extremo climático de curta duração e forte intensidade, geralmente associado a altas temperaturas. Trata-se de uma nova tipologia de seca, decorrente da mudança climática, que causa grandes impactos ambientais e prejuízos econômicos. Os primeiros estudos sobre o problema no Brasil e na América Latina também foram publicados pelo Laboratório Lapis, desde o ano passado.
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De acordo com a previsão climática do Laboratório Lapis, a extensa massa de ar quente e seco que afeta a área central do Brasil ainda pode continuar nos demais meses de inverno (agosto e setembro). Essa área de alta pressão dificulta a formação de chuva no Sudeste e Centro-Oeste.
No mapa, as áreas em tons de amarelo, laranja e vermelho mostram a temperatura do ar mais quente do que a média histórica. Desde o início de abril, grande parte do Brasil está sob efeito desse bloqueio atmosférico. O Laboratório Lapis monitora a situação diariamente.
Este ano, o período seco começou mais cedo na área central do Brasil, sendo os incêndios florestais provocados pela ação humana uma das suas consequências. A temporada de incêndios florestais pode superar em muito os anos anteriores. Os incêndios têm um forte impacto sobre o bem-estar das pessoas, em razão da estreita relação entre a saúde humana e a qualidade do ar.
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Pelo menos nos últimos três meses, secas-relâmpago atingiram drasticamente o Centro-Sul do Brasil. Isso causou vários impactos econômicos e ambientais, como o aumento dos incêndios no Pantanal. Os prejuízos também são severos para a agricultura, principalmente na fase do plantio. Esses eventos extremos ficaram mais evidentes com a mudança climática.
De acordo com o mapeamento atualizado do Laboratório Lapis, áreas do Centro-Oeste, Sudeste e estado do Paraná continuam sob impacto de uma forte seca-relâmpago (Veja no mapa acima, o destaque nas cores laranja e vermelho). A Amazônia brasileira também enfrenta situações de seca.
As secas-relâmpago são períodos de ausência ou redução abrupta das chuvas, levando ao início de uma seca repentina, acompanhadas por altas temperaturas. Uma seca-relâmpago faz com que as lavouras sejam perdidas de forma muito mais rápida do que durante às longas secas convencionais, quando o processo era mais lento e gradativo.
É muito mais difícil prever secas-relâmpago usando modelos climáticos globais, em razão da instabilidade do clima e das limitações dos dados/ferramentas atuais. Por isso, o Laboratório Lapis já usa Inteligência Artificial (IA) para estimar esses eventos extremos de curta duração. Acesse o post completo sobre previsão de secas-relâmpago com uso de Deep Learning.
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O Laboratório Lapis monitora semanalmente a situação da cobertura vegetal nas regiões brasileiras, a partir de dados de satélites. O mapa atualizado foi gerado no software livre QGIS, a partir do Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI), com dados do período de 15 a 21 de julho deste ano.
De acordo com o meteorologista Humberto Barbosa, fundador do Laboratório Lapis e responsável pelo mapeamento, chama-se atenção no mapa para a vegetação seca na região do Médio e Alto São Francisco, uma área que normalmente não era tão seca.
“Em nossas pesquisas, constatamos um maior risco de secas nas regiões do Médio e Alto São Francisco nas últimas décadas, o que antes era mais comum se concentrar no Baixo São Francisco”, explica Humberto.
O meteorologista também explica que a persistência de uma massa de ar seco, desde o fim de abril, torna a vegetação mais seca na área central do País. Você pode observar no mapa que a vegetação da área central do Brasil e de Matopiba (do centro-sul ao oeste do Nordeste) ficou mais seca.
O Laboratório Lapis também lançou um novo mapeamento atualizado da cobertura vegetal no Semiárido brasileiro. O mapa semanal, gerado no software livre QGIS, com dados do período de 15 a 21 de julho, permite identificar as áreas com cobertura vegetal saudável ou sob influência da estiagem.
Você pode observar no mapa que no extremo norte do Nordeste brasileiro e na área leste, a maior parte da vegetação continua verde, em razão das chuvas frequentes deste ano. O reverdecimento permite detectar as áreas degradadas (Veja as áreas em vermelho muito intenso, no mapa). Já da área central até o sul da região, a seca já tem impactado a cobertura vegetal, desde o mês de abril.
O mapa foi processado com dados do satélite Meteosat-10 e resolução de 3 km. O NDVI é um dos indicadores mais importantes para monitoramento das áreas com vegetação saudável ou sob impactos da seca.
Em 2009, o Laboratório implantou um protótipo para gerar o mapa de NDVI de frequência diária, para todo o Brasil. Esse modelo foi aperfeiçoado e calibrado, de modo que hoje, são divulgados mapas semanais cobrindo todo o território brasileiro. O produto foi processado com dados do satélite Meteosat-10 e resolução de 3 km.
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LETRAS AMBIENTAIS. [Título do artigo]. ISSN 2674-760X. Acessado em: [Data do acesso]. Disponível em: [Link do artigo].
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