Atlântico mais quente expõe Sul e Sudeste a extremos climáticos



Ouça este conteúdo
Parar este conteúdo

De acordo com informações de monitoramento por satélite do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis), as regiões Sul e Sudeste do Brasil estarão mais expostas a eventos climáticos extremos, nos próximos dias.

De acordo com Humberto Barbosa, meteorologista fundador do Laboratório Lapis, a forte variação de pressão, causada pela aproximação de uma frente fria no litoral do Rio Grande do Sul, vai gerar ventos fortes, na madrugada e manhã desta quarta-feira, dia 23 de outubro.

Até quinta-feira, a frente fria se desloca pelo Oceano, causando ventos fortes em grande parte do litoral das regiões Sul e Sudeste. Na quinta-feira, uma forte ventania pode atingir velocidade de até 70 km/h nos litorais de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Há alta probabilidade de ressaca nas praias desses estados.

Mapa do Atlântico_QGIS

Humberto afirma que um dos motivos para essa condição de tempo extremo é o aquecimento das águas do Atlântico Sul (Veja mapa acima). O mapa atualizado mostra as anomalias de temperatura do Oceano, em relação à média histórica.

Você pode observar que as águas superficiais estão mais quentes do que o normal, ao longo de todo o litoral brasileiro. O termo "anomalia" indica o atual desvio da temperatura, em relação à média histórica.

No mapa, as anomalias quentes chegaram a até 4 ºC acima do normal. Já no extremo Sul do Brasil, o aquecimento das águas oceânicas é ainda maior.

O litoral mais quente pode ter contribuído para o aumento no volume de chuva, nas últimas semanas. Em função disso, o Centro-Sul atualmente enfrenta alto risco para eventos meteorológicos extremos, maior do que nesse mesmo período do ano passado.

>> Leia também: Mapeamento mostra alto risco hidrológico na Amazônia

Mapa mostra redução da seca na Amazônia e Centro-Sul

Mapa da intensidade da seca no Brasil_QGIS

O Laboratório Lapis também atualizou o monitoramento da situação da seca no Brasil. O mapa mostra a intensidade da seca em cada região do País.

No mapa, você pode observar que houve uma recente melhoria nas chuvas e umidade do solo no Centro-Oeste, Sudeste e Nordeste, além da região Norte. Essas regiões enfrentaram vários meses consecutivos de seca, no período de abril a setembro deste ano.

Comparando com o mapa do mesmo período do ano passado, você pode perceber que a Amazônia e o Centro-Oeste enfrentaram seca excepcional, em outubro de 2023, situação que persiste apenas em algumas áreas da região Norte.

Mapa da intensidade da seca no Brasil_QGIS

O mapa compara a atual quantidade de umidade do solo, com a média do mesmo período de 1961 a 2010. As áreas com seca prolongada (em tons de laranja e vermelho, no mapa), apresentam os seguintes impactos:

1) Déficit severo de precipitação: aumenta o risco de incêndios florestais;

2) Baixo nível dos rios: impacta diretamente no transporte fluvial e terrestre, afetando a economia da região;

3) Solo seco: com déficit de umidade a longo prazo. 

>> Leia também: Imagens registram apagão em São Paulo a partir de satélites

Mapeamento mostra volta das chuvas ao Centro-Sul e Amazônia

Mapa da precipitação nas regiões brasileiras_QGIS

O mapa semanal da precipitação, baseado em dados de satélite, destaca a distribuição das chuvas nas regiões brasileiras, no período de 08 a 12 de outubro deste ano.

De acordo com o monitoramento do Laboratório Lapis, as chuvas voltaram ao Centro-Sul, bem como ao oeste e sul da Amazônia, no início de outubro. Por outro lado, o mapa mostra predomínio de estiagem no Nordeste e em áreas do norte da Amazônia.

O mapa da precipitação faz parte do portfólio de produtos de monitoramento por satélite, do Laboratório Lapis. Com essa ferramenta, é possível se manter atualizado sobre a distribuição das chuvas, em qualquer área do território brasileiro, com frequência mensal ou semanal.

O mapa semanal foi gerado no software livre QGIS, a partir do cálculo do Índice de Precipitação Padronizado (SPI). Esse índice de seca permite analisar a duração, frequência e gravidade das secas meteorológicas, usando dados do Climate Hazards Group InfraRed Precipitation with Station data (CHIRPS).

Como está a situação da seca em seu município? As chuvas dos últimos dias aliviaram a situação? Você acha que seu município está preparado para lidar com a seca?

>> Leia também: Nível dos reservatórios pode ficar crítico até dezembro e sem chuvas suficientes para repor

Inscrições abertas

Os mapas e imagens de satélites utilizados em nossos posts são gerados no QGIS, o software livre de Geoprocessamento mais usado do mundo. Para processar esses produtos, você pode passar 01 ano inteiro sendo treinado pelo Laboratório Lapis.

Inscreva-se no Curso online "Mapa da Mina", que ensina o método exclusivo do Laboratório Lapis para dominar o QGIS, do zero ao avançado.

COMO CITAR ESTE ARTIGO:

LETRAS AMBIENTAIS. [Título do artigo]. ISSN 2674-760X. Acessado em: [Data do acesso]. Disponível em: [Link do artigo].

Gostou do texto? Compartilhe com seus amigos:



Artigos Relacionados

Clima e energia

Entenda os 5 fenômenos que trazem chuvas para o Nordeste, durante o verão

Clima e energia

Verão 2020 será mais chuvoso em algumas regiões brasileiras

Clima e energia

Fenômeno intensifica chuvas em algumas regiões do Brasil

Inscreva-se

Deixe aqui seu e-mail e receba nossas atualizações.


×

Este site utiliza cookies. Ao fechar este aviso, você concorda. Saiba mais.