Janeiro começa com chuvas em algumas regiões por presença da ZCAS e de um VCAN



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Neste post, vamos atualizar a situação climática das regiões brasileiras, a partir de mapas, com informações do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis).

Os mapas e as imagens utilizadas neste post fazem parte do portfólio de produtos de monitoramento semanal por satélite do Laboratório Lapis. Com essas ferramentas, é possível se manter atualizado sobre variáveis como distribuição da chuva, cobertura vegetal, umidade do solo, intensidade da seca e previsão do tempo para todas as áreas do território brasileiro.

Imagens de satélite destacam influência da ZCAS e de um VCAN

Imagem de satélite Meteosat ZCAS no Sudeste 

A imagem do satélite Meteosat-10 (vapor atmosférico) mostra muitas nuvens, devido a núcleos de instabilidade, associados a ventos fortes em médios e altos níveis da atmosfera. Também há muitas nuvens na área oceânica, no litoral da região Sudeste, em função de áreas de baixa pressão.

Está em atuação o fenômeno Alta da Bolívia (AB), com influência nas chuvas em algumas áreas do País. É um anticiclone que ocorre na alta troposfera, durante o verão, sobre a América do Sul. Corresponde a uma grande circulação de massas de ar, em sentido anti-horário (à esquerda), variando sua posição entre o Peru, a Bolívia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraguai. Observe na imagem acima que a sigla AB indica onde está localizado o centro do fenômeno. 

No extremo leste do Nordeste brasileiro, a imagem de satélite mostra a atuação de um Vórtice Ciclônico de Altos Níveis (VCAN), com predomínio de tempo seco no seu centro. Em suas bordas, há presença de muita nebulosidade, sobre o oeste da região. Ali, a chance de chuvas deve aumentar, inclusive com possibilidade de temporais isolados, em alguns municípios.

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Sistemas favorecem chuvas em algumas áreas do País

zcas e El NIño chuvas no Sudeste_Imagem de satélite

O VCAN é um sistema de pressão em altos e médios níveis da troposfera, caracterizado pela circulação dos ventos em sentido horário, em torno do seu centro seco, além da presença de nebulosidade e chuva em suas bordas.

No período de 07 a 11 de janeiro, há predomínio da condição de tempo úmido e aumento na frequência de chuvas, na forma de pancadas isoladas ou até mesmo de temporais pontuais.

A Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) está atuando no sentido noroeste-sudeste, podendo atingir até mesmo a região Sul. Essas chuvas estão associadas à condição de forte calor e maior disponibilidade de umidade na atmosfera, em praticamente toda a região.

Muito conhecida pela população da área central do Brasil, a ZCAS é uma banda de nebulosidade persistente, com chuva, de orientação noroeste-sudeste. Costuma durar pelo menos quatro dias. Esse sistema meteorológico se estende desde a região amazônica até o Sudeste do Brasil, podendo alcançar também o sul da região Nordeste. Veja na imagem do satélite GOES-16.

A ZCAS é responsável pela precipitação, durante toda a estação chuvosa (setembro a novembro) na região Sudeste, Centro-Oeste, sul do Nordeste e norte da região Sul. Este ano, o fenômeno começou a aparecer tardiamente sobre essas áreas.  

O sistema ocorre quando o ar quente e úmido, da região amazônica, se encontra com o ar frio, vindo do sul da América do Sul. Quando essas massas de ar se encontram, há todos os ingredientes necessários para a formação de nuvens.

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Mapa atualiza intensidade da seca nas regiões brasileiras

Mapa da intensidade da seca_QGIS

O mapa SIG da intensidade da seca nas regiões brasileiras, gerado no software QGIS, é o mais atualizado divulgado para todo o Brasil. Comparando com a média histórica, os dados de satélite mostram diminuição da seca na área central do Brasil e na região Nordeste. Na última semana, a seca intensa se concentrou em São Paulo, Paraná e em áreas do Mato Grosso do Sul. As chuvas também diminuíram na Amazônia brasileira.

A imagem gerada com dados de satélite do último dia 06 de janeiro, fornece informações sobre a intensidade da seca, a partir da integração de um conjunto de variáveis, comparando sempre com a média histórica, como umidade do solo, déficit de precipitação, índice de vegetação e volume dos corpos d’água.

O mapa da intensidade da seca compara a quantidade de água disponível nos solos, em determinada área, com a média histórica (período de 1961 a 2010). A intensidade da seca é classificada em categorias: normal, fraca, moderada, severa, extrema e excepcional. Cada classe de intensidade da seca representa uma probabilidade de retorno do período de seca.

Nas áreas com registro de seca excepcional, tem-se o seguinte cenário: 1) Umidade do solo: o solo é seco, com déficit de umidade do solo a longo prazo; 2) Precipitação: déficit severo de chuva, aumentando o risco de incêndios florestais; 3) Vegetação: perda de rendimento agrícola esperado de 20-40%. O impacto da seca nas pastagens se manifesta na disponibilidade de ração para o gado; 4) Corpos d'água: os fluxos dos rios e os níveis dos reservatórios de água são baixos. Pequenos corpos d'água podem secar.

>> Leia também: El Niño antecipa condições climáticas do verão

Dezembro termina com chuvas na média ou acima da média na maior parte do Brasil

Mapa da chuva nas regiões brasileiras_QGIS

O mapa SIG da precipitação, também gerado no software QGIS, destaca como foi a distribuição das chuvas nas regiões brasileiras, no período de 21 a 31 de dezembro deste ano. De acordo com o produto, as chuvas estiveram na média ou acima da média, na maior parte do Brasil.

Você pode observar também no mapa que na maior parte do Nordeste brasileiro, dezembro terminou com chuvas na média ou acima da média. Esse cenário também ocorreu nas demais regiões do País. A exceção foi o noroeste do Mato Grosso, sudeste de Rondônia, Tocantins e São Paulo, localidades onde o mapa mostrou de seca moderada a grave, no período. 

O mapa da intensidade da seca é um dos produtos de satélite que fazem parte do portfólio de monitoramento do Laboratório Lapis. Com essa ferramenta, é possível se manter atualizado sobre a distribuição das chuvas, em qualquer área do território brasileiro, na última semana.

O mapa da intensidade da seca é uma das ferramentas que fazem parte do método “Mapa da Mina”, do Laboratório Lapis. Para gerar o produto, foram usados dados CHIRPS, por meio do cálculo do Índice de Precipitação Padronizado (SPI), no software QGIS. Para saber como gerar esse e outros produtos de satélite, com o mesmo método usado pela equipe interna do Laboratório Lapis, baixe nosso e-book gratuito.

>> Leia também: A pré-estação chuvosa começou mais cedo no Nordeste? Entenda

Mais informações

O Laboratório Lapis treina usuários por meio do seu Curso de QGIS "Mapa da Mina", do zero ao avançado. Para participar dessa formação especializada, que visa capacitar e aperfeiçoar as habilidades dos usuários para exercer atividades profissionais específicas na área de Geoprocessamento, clique neste link.

COMO CITAR ESTE ARTIGO:

LETRAS AMBIENTAIS. [Título do artigo]. ISSN 2674-760X. Acessado em: [Data do acesso]. Disponível em: [Link do artigo].

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