O mapa semanal da precipitação, baseado em dados de satélite, destaca como foi a distribuição das chuvas nas regiões brasileiras, no período de 13 a 17 de janeiro. De acordo com o monitoramento do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis), as chuvas foram frequentes em todo o Centro-Norte do Brasil, durante o período.
Você pode observar, no mapa, que as chuvas deram um alívio à grande seca e calor que predominavam em grande parte do Nordeste, desde agosto do ano passado. Desde o dia 10 de janeiro, a massa de ar seco ficou mais fraca, e as chuvas passaram a beneficiar a porção norte da região.
O mapa da precipitação faz parte do portfólio de produtos de monitoramento por satélite do Laboratório Lapis. Com essa ferramenta, é possível se manter atualizado sobre a distribuição das chuvas, em qualquer área do território brasileiro, com frequência mensal ou semanal.
O mapa semanal da precipitação foi gerado no software livre QGIS, a partir do cálculo do Índice de Precipitação Padronizado (SPI). Esse índice de seca permite analisar a duração, frequência e gravidade das secas meteorológicas, usando dados do Climate Hazards Group InfraRed Precipitation with Station data (CHIRPS).
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O monitoramento por satélite do Laboratório Lapis mostra redução do número de dias consecutivos de estiagem em grande parte do Semiárido brasileiro.
Comparado com o mapa do mês de dezembro, houve redução do número de dias secos desde a Bahia até a Paraíba. Mas você ainda pode observar manchas vermelhas com registro de seca-relâmpago, desde Pernambuco até o Ceará. A redução dos municípios secos no Semiárido brasileiro sugere que a seca-relâmpago se concentra atualmente em períodos mais curtos e em áreas pontuais.
O mapa mensal do número de dias secos mostra a situação da estiagem nas regiões brasileiras, no período de 17 de dezembro passado a 15 de janeiro deste ano. No mapa, as áreas em vermelho indicam onde não ocorreu chuva, nos últimos 30 dias. Já as áreas em verde mostram chuvas regulares ou os locais que tiveram apenas 1 a 3 dias sem chover, durante o período.
Nos últimos 30 dias, o número de dias com registro de chuva aumentou nas regiões do Centro-Sul e na Amazônia. Uma exceção é o oeste do Rio Grande do Sul, onde houve aumento no número de dias secos, se comparado com dezembro.
“Seca-relâmpago" (flash-droughts, do termo em inglês) é um extremo climático de curta duração e forte intensidade, associado às altas temperaturas. Essa nova tipologia de seca, decorrente da mudança climática, afeta severamente vegetações, ecossistemas e prejudica as colheitas.
O meteorologista Humberto Barbosa, fundador do Laboratório Lapis, pesquisou esse tipo de extremo climático no Semiárido brasileiro. Foi a primeira pesquisa sobre o assunto no Brasil e na América Latina.
No Livro “Um século de secas”, analisamos as secas do período de mais de um século no Semiárido (1901-2016). Das 32 secas ocorridas na região, e dos 30 eventos de El Niño (fracos, moderados e fortes) registrados no período, em apenas em 70% dos casos houve associação direta entre secas e El Niño.
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O alto risco climático do Brasil se concentra atualmente em municípios da região Sudeste, sobretudo do Rio de Janeiro. A atual fase seca da Oscilação Madden-Julian (OMJ), que passa pelo Brasil, piora a situação das altas temperaturas. O fenômeno intensifica a onda de calor, com temperaturas podendo atingir os 40 °C.
Condição típica de verão, com dias de Sol e calor, devido à chegada de uma massa de ar quente e seca.
A OMJ é uma onda de nuvens profundas, movendo-se para o leste, acompanhada de perturbações de tempestades, chuva, ventos e anomalias de pressão. Ela se move ao redor de todo o Planeta, no Equador, no período de 30 a 60 dias.
A passagem da OMJ é marcada por uma fase úmida e uma seca. A atualização da imagem, em 25 de janeiro, mostra como a fase mais seca do fenômeno já atinge o Brasil.
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O monitoramento por satélite dos reservatórios, feito semanalmente pelo Laboratório Lapis, mostra aumento importante da recarga de água, em grande parte do Brasil. Comparado com o mapa de dezembro do ano passado, houve reposição do volume dos mananciais, principalmente nos últimos dias, em razão das fortes chuvas.
As principais usinas hidrelétricas do País estão localizadas na região Sudeste e Centro-Oeste, representando cerca de 70% do volume total armazenado nos reservatórios.
O meteorologista Humberto Barbosa, fundador do Laboratório Lapis, coordenou uma pesquisa sobre extremos hidrológicos na bacia do São Francisco, usando uma nova metodologia. Foi a primeira pesquisa sobre o impacto da seca-relâmpago no Brasil e na América Latina. Acesse o artigo completo.
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Os mapas e produtos de satélite utilizados em nossos posts são gerados no QGIS, o software livre de Geoprocessamento mais usado do mundo. Você pode passar 01 ano inteiro sendo treinado pelo Laboratório Lapis. O Curso online "Mapa da Mina" ensina o método exclusivo da equipe interna do Laboratório para dominar o QGIS, do zero ao avançado. Inscrições abertas neste link.
LETRAS AMBIENTAIS. [Título do artigo]. ISSN 2674-760X. Acessado em: [Data do acesso]. Disponível em: [Link do artigo].
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