Novembro começa com onda de calor no Nordeste e na Amazônia



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O Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis) divulgou uma atualização sobre a situação das temperaturas nas regiões brasileiras. De acordo com o mapa do Índice de Risco Climático (IRC), nesta terça-feira, dia 05 de novembro, altas temperaturas podem afetar as regiões Norte e Nordeste, com chuvas menos frequentes.

onda de calor no Nordeste

As altas temperaturas foram analisadas com base no modelo de previsão da NOAA e coincidem com áreas altamente degradadas.

Quantificar o risco climático é útil para uma melhor tomada de decisão nos municípios brasileiros. Hoje, já é possível estimar como a mudança climática alterou as temperaturas diárias, em qualquer localidade. O mapa é baseado no IRC, que varia de -5 a +5, indicando o impacto da mudança climática sobre a temperatura local.

"Essa onda de calor em áreas do Norte e Nordeste do País não é natural, mas provocada pela degradação ambiental, principalmente associada à seca", explica Humberto Barbosa, fundador do Laboratório Lapis e responsável pelo monitoramento.

>> Leia também: Secas e desmatamento aceleraram degradação das terras na Amazônia nas últimas décadas

Seca excepcional persiste no oeste da Amazônia

Mapa da intensidade da seca_

O Laboratório Lapis atualizou o monitoramento da situação da seca nas regiões brasileiras, a partir do mapa da intensidade da seca.

No mapa, as áreas em laranja e vermelho mostram como piorou o percentual de umidade do solo e dos volumes de precipitação na região Norte, quando comparado com a média histórica. A mesma condição é observada em parte da região de Matopiba, no oeste do Nordeste, embora com estiagem menos severa.

A Amazônia enfrenta impactos cumulativos de uma seca hídrica e atualmente está com risco hidrológico maior do que no ano passado. Rios da bacia amazônica registram níveis mínimos históricos para esse período.

>> Leia também: “Quatro secas extremas em duas décadas é incomum para a Amazônia”, afirma meteorologista

Mapeamento destaca chuvas regulares na área central do Brasil

Mapa da precipitação_QGIS

O mapa semanal da precipitação, baseado em dados de satélite, destaca a distribuição das chuvas no Brasil, no período de 23 a 27 de outubro deste ano. De acordo com o monitoramento do Laboratório Lapis, as chuvas voltaram ao oeste da Amazônia e continuam frequentes na região Sudeste, além de Goiás e Paraná.

O novo mapa mostra que a estiagem ainda predomina no Nordeste e em áreas do norte da Amazônia.

O mapa da precipitação faz parte do portfólio de produtos de monitoramento por satélite, do Laboratório Lapis. Com essa ferramenta, é possível se manter atualizado sobre a distribuição das chuvas, em qualquer área do território brasileiro, com frequência mensal ou semanal.

O mapa semanal foi gerado no software livre QGIS, a partir do cálculo do Índice de Precipitação Padronizado (SPI). Esse índice de seca permite analisar a duração, frequência e gravidade das secas meteorológicas, usando dados do Climate Hazards Group InfraRed Precipitation with Station data (CHIRPS).

>> Leia também: Cresce número de municípios afetados por seca-relâmpago no Brasil

Mapeamento mostra áreas com cobertura vegetal afetada pela seca

Seca_mapa da cobertura vegetal Amazônia

A imagem mostra o impacto da seca sobre a cobertura vegetal do Brasil, no final de outubro. De acordo com o mapa, obtido a partir de dados do satélite Meteosat-10, este ano a Amazônia enfrenta uma seca mais intensa, se comparada com a do ano passado.

De acordo com o meteorologista Humberto Barbosa, fundador do Laboratório Lapis, o El Niño que permaneceu até junho deste ano causou mais impactos sobre a vegetação da Amazônia.

“O aumento da degradação das terras, em razão do desmatamento e das queimadas, tem tornado a cobertura vegetal do bioma mais vulnerável à seca”, explica Humberto.

O mapa do Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI) mostra um corredor com cobertura vegetal sujeita a climas sazonalmente secos, em diferentes biomas, desde o oeste do Paraná até o Mato Grosso. Esse corredor é vulnerável aos impactos de padrões climáticos adversos, que prolongam as secas.

Além do El Niño e das terras mais degradadas, secas repetidas causam danos fisiológicos cumulativos à vegetação. Durante uma seca extrema, acumula-se um legado de danos fisiológicos residuais nas plantas, interferindo na saúde da vegetação.

É por isso que, na estação chuvosa seguinte, mesmo que determinada área receba volumes significativos de chuva, é possível que muitas plantas morram ou não consigam se recuperar.

>> Leia também: Mapeamento alerta para degradação de 40% da vegetação do Brasil em duas décadas

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COMO CITAR ESTE ARTIGO:

LETRAS AMBIENTAIS. [Título do artigo]. ISSN 2674-760X. Acessado em: [Data do acesso]. Disponível em: [Link do artigo].

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