As principais cidades brasileiras enfrentam aumento das temperaturas, tanto pelas mudanças climáticas quanto pela falta de áreas verdes e pelo efeito das ilhas de calor. Há contrastes dentro da mesma cidade, tanto térmicos quanto de vulnerabilidade social. Entre o centro e a periferia, pode haver diferenças de até 3 °C, em situações de temperaturas extremas.
Mais da metade da população mundial vive em áreas urbanas. As cidades consomem 75% da energia, 60% do uso de água residencial e geram 80% das emissões globais de gases de efeito estufa.
Hoje, já é possível estimar como a mudança climática alterou as temperaturas diárias, em qualquer local do País. Quantificar o risco climático é útil para uma melhor tomada de decisão nos municípios.
Há um indicador, chamado Índice de Risco Climático (IRC), para analisar o impacto das mudanças climáticas sobre a temperatura local. O IRC varia de -5 a +5.
A mudança climática é o aumento gradual da temperatura do Planeta, em relação aos níveis pré-industriais, detectado desde os anos 1980. A principal causa do aquecimento global são as atividades humanas. O processo tornou eventos climáticos extremos mais frequentes.
O mapa abaixo mostra a distribuição dos valores do IRC, previstos recentemente para o Brasil. As áreas em vermelho indicam temperaturas mais altas, provavelmente associadas à mudança climática. Já as áreas em cinza indicam relação menos provável. As temperaturas médias vêm do modelo da NOAA.
A escala de IRC de +5 significa ser provável que a temperatura esteja 5 vezes maior, associada à mudança climática – poluição por dióxido de carbono (CO2), causada pelo ser humano. Se for -5, é cinco vezes menos provável tal relação.
Como exemplo, o mapa abaixo mostra o IRC para a cidade de Maceió (AL), no dia 26 de julho. Observe que o índice na cidade está em +4, indicando probabilidade de até 4 vezes as temperaturas estarem mais altas pela mudança climática.
Essa escala de risco indica que a mudança climática tornou o calor excessivo um evento climático extremo. Ou seja, IRC alto (+5) indica maior chance de os efeitos na temperatura local se relacionarem com a mudança climática. Vale lembrar que há outras influências sobre a temperatura local, requerendo estudos específicos.
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A Torre Eiffel foi um dos epicentros da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de 2024, que aocnteceu em Paris na última sexta-feira, dia 26 de julho. A forte chuva marcou o espetáculo realizado ao ar livre, pela primeira vez na história.
As últimas Olimpíadas de Paris ocorreram em 1924. Cerca de 100 anos depois, os Jogos Olímpicos ocorrem desta vez em um cenário climático bastante distinto. É que de 1924 para cá, dados mostram que a temperatura da cidade já aumentou 2,2 oC. Esse ambiente coloca atletas e outras pessoas em situação de risco climático.
Desde 1947, a cidade de Paris sofreu cerca de 50 ondas de calor, durante os verões. Em agosto de 2003, as temperaturas extremas causaram quase 15 mil mortes na França. Isso foi atribuído, em parte, às mudanças climáticas.
Com o início das Olimpíadas de Verão em Paris, as mudanças climáticas se tornaram parte integrante dos Jogos.
Em 2021, as Olimpíadas de Tóquio foram os Jogos com maior calor já registrado. Na ocasião, 146 atletas olímpicos e paralímpicos relataram problemas de saúde relacionados com o calor extremo.
O último mês de junho foi o mais quente já registrado na história, marcando o décimo terceiro mês consecutivo de temperaturas globais recordes. O último mês também foi classificado como o segundo mais quente já registrado na Europa.
Esse rápido panorama histórico ajuda a compreender a situação climática no local das Olimpíadas hoje, onde o aquecimento global e outros fatores que influenciam na temperatura, mudaram o cenário climático do atual evento esportivo.
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LETRAS AMBIENTAIS. [Título do artigo]. ISSN 2674-760X. Acessado em: [Data do acesso]. Disponível em: [Link do artigo].
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